A Verdade sobre a Educação
Estou cansado de ouvir espalharem a quatro ventos que a educação é o futuro do Brasil. Acho bom que acreditem no poder transformador da educação. Mas desde que acreditem na educação como poder transformador. Ou seja, de nada adiantam discursos inflamados e verbas gordas se a concepção de educação passa longe da realidade e do bom senso.
Nunca tive vocação para o magistério, é verdade, mas tampouco me sinto vocacionado para a estupidez. Por isso nunca acreditei naquela patacoada que proliferava na faculdade de Letras, no tempo em que eu fazia graduação, a respeito de pedagogia. Era Paulo Freire para cá, Paulo Freire para lá, Vigotsky e outros caras que não acrescentavam porra nenhuma.
Durante o período que trabalhei como professor, recebi o atestado prático de que o “método Paulo Freire” (método?) era uma farsa. Não, eu não usava o “método Paulo Freire” -não apenas porque ele não existia, mas também porque as análises desse cara partiam de uma concepção de mundo completamente delirante e pueril.
Paulo Freire
Sabe quantas questões eu acertei na prova de Didática que o Estado aplicava para selecionar novos servidores? Todas. Sabe quantos livros de didática eu li ao longo de 4 anos de formação? Nenhum. Essa baboseira pedagógica é a coisa mais simplória do mundo; assim que você põe a mão em algum livro desses e folheia umas páginas, a sensação de deja vu é certa. Sempre as mesmas soluções utópicas e mirabolantes para questões simples de compreender.
Paulo Freire era comunista. Também o eram a maioria dos cânones pedagógicos que pululavam no ensino superior. Por mais complexa que fosse a questão, por mais árduo que fosse examinar o problema a fundo e chegar a uma equação satisfatória, esses caras sempre saíam pela tangente com seu abracadabra ilusionista. Tudo para eles pode ser reduzido a retórica e purpurina, porque eles acreditavam em discursos, não na verdade. Está tendo problemas para ensinar a turma por causa de um pentelho? “Talvez devesse sair de seu conforto de ator-opressor, a serviço de uma estrutura estática e alienante, para estabelecer uma dinâmica enriquecedora com os atores-protagonistas do processo de renovação, atuando em comum na construção de uma nova sociedade mais igualitária…”. Que porra é essa?! Tudo é mais fácil para um sofista, não?
O que é Educação?
No tempo em que eu era aluno, diziam que o fim da educação era “formar cidadãos”, que o vestibular não era importante. Eu não era nenhum gênio da filosofia, mas já fazia a vaga ideia de que a palavra “cidadão” designava certo tipo de gente educada que se preocupava com o bem-estar da coletividade. Então eu resolvia mil questões de matemática, quinhentos esquemas de química orgânica, achava trocentos predicados verbo-nominais e não entendia como aquilo podia me tornar um terço de cidadão melhor. Depois entendi que o “cidadão melhor” era o sujeito que burilava os seus dons e recrudescia o seu espírito para melhor proveito da sociedade. Mas quem me ensinou isso foi a experiência, a família e a religião -não a escola. A escola só me deu os instrumentos para lidar com minhas novas descobertas.
A sorte minha foi ter vivido meu tempo de escola numa época em que as pessoas tinham um discurso e uma prática dissonantes. Hoje em dia, os educadores passaram a acreditar piamente em suas baboseiras. Matérias úteis, como matemática e português, vêm sendo substituídas por filosofia e sociologia. Eu adoro ciências humanas (sou formado em ciências humanas), mas entendo que não poderia apreciar filosofia se não tivesse sido ensinado a ler e interpretar a realidade, passo-a-passo. Inclusive através do próprio rigor metodológico estimulado pela matemática. Mas, para um sujeito de 15 anos, poder passar pela escola só construindo “relações sociais” e “cosmovisões” tão rasas quanto um umbigo é o paraíso na Terra… e um inferno no céu ideal da cidadania.
Educação, na acepção que importa para a escola, é ensinar raiz quadrada e morfologia. Lugar de aprender a respeitar os demais é, para começo de conversa, assunto para os pais. Cada um no seu quadrado.
Escola não é Clube Social nem Instituição de Caridade
A propósito, já que entramos no território da confusão de metas, devo confessar que tenho vontade de arrancar as calças pela cabeça quando me dizem que a escola é o espaço da “socialização”! Escola é o lugar do conhecimento, da dilapidação do método de adquirir conhecimento. Evidente que existe espaço para a interação humana -como em qualquer outro lugar público e saudável -mas a tarefa principal da escola continua sendo a formação de intelectuais. É importante colocar nesses termos porque muita gente confunde “formação intelectual” com “formação profissional”. Não. Nem tudo o que se ensina na escola pode ser aproveitado na vida prática. Mas isso também é importante para a vida prática, sobretudo porque é importante para o homem. Como seres humanos, nossa raison d être consiste em erradicar nossas dúvidas a respeito da existência. O homem se define por ser um “animal de corpo material e mente espiritual” -e, como sabemos, mens sana, corpore sano.
Com efeito, a escola não pode ser o destino dos idiotas nem dos displicentes. Ora, se o sujeito nasce com o QI abaixo do sadio para uma formação intelectual, o certo seria destiná-lo para o trabalho braçal; se a própria natureza afirma, com todas as letras do código genético, que o sujeito não serve para ser doutor, como pode a sociedade contrariá-la (1)? É o fermento dos iluministas. De forma semelhante, não podemos nos dar ao luxo, especialmente em um país de terceiro mundo, de sustentar com dinheiro público inúteis que, malgrado a bênção da inteligência, preferem agir como se comessem alfafa: conheci muita gente inteligente que, ao invés de gastar suas energias nos estudos, preferiam se exaurir em inutilidades (bullying etc.).
De certo, muitas dessas características não podem ser simplesmente medidas como se fôssemos usar uma régua; um certo grau de complexidade humana torna nossos rótulos, por vezes, muito relativos. Outrossim, o essencial não é difícil de ser enxergado, com alguma margem de erro, para mais ou para menos. Sabemos quem vai progredir na carreira acadêmica e quem vai acabar exercendo alguma ocupação ordinária (e não há demérito nenhum nisso). Assim, por que enganar aqueles que não podem oferecer muito com suas mentes? Uma vez que a própria sociedade realize uma espécie de “seleção natural” no mercado de trabalho, acredito que manter o fogo da esperança aceso, nessas pessoas, assemelha-se mesmo a ludibriá-las.
O Brasil no Fundo do Poço
Apesar de tudo o que eu disse, o Brasil caminha na direção oposta. E é por isso que o projeto educacional vai naufragar. A escola, dentro de pouco tempo, não vai servir para nada, senão para propagar a ideologia das esquerdas. O foco da educação, em nosso país, não é abrir caminho para o progresso nacional nem para diminuir a desigualdade social. Se o fosse, não estariam trocando tabela periódica por berimbau e aula de matemática pela lavagem cerebral conhecida como “desconstrução da heteronormatividade”, dentre outros atentados contra a sociedade brasileira. O fulcro da educação é criar massa de manobra comunista, o primogênito mostruoso do “novo mundo” que eles tanto buscam.
Por isso eu advirto: se você quer que ser filho tenha uma boa educação, no sentido amplo da palavra, comece a considerar seriamente a possibilidade do homeschoolling.
Nota:
(1) - Para que depois não venham me encher, vou explicar pormenorizadamente essa passagem: imagine você um sujeito burro que cogita prestar vestibular para medicina. Com as facilidades do governo petista, o sujeito pode recorrer desde as cotas até o FIES; a possibilidade de não ingressar no ensino superior é ínfima, apesar da falta de talento para a carreira médica, assim como para qualquer outra carreira de alta especialização intelectual. Não é de se espantar que venha a se tornar um médico terrível. Você se consultaria com esse médico?
Fonte:https://davidbraga.wordpress.com/2012/07/17/a-verdade-sobre-a-educacao/#comment-155
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