Mentira! Bolsonaro não quer reabrir nada. Só quer tirar o seu da reta, e pronto
Por Ricardo Kertzman*
O Presidente finge que quer reabrir o País, mas mantém no cargo todos os auxiliares que não permitem isso
O populismo eleitoreiro de Jair Bolsonaro não é novidade nem exclusividade da extrema direita. Aliás, nos últimos 30 ou 40 anos, o que não nos faltou, infelizmente, foram cretinos populistas, de Collor (o caçador de marajás) a Lula, passando por Sarney (e seus fiscais).
Lula criou uma guerra entre “nós x eles”, onde “nós” seriam todos os petistas e apaniguados, e “eles” qualquer pobre infeliz que ousasse contrariar a seita cleptocrata. Bolsonaro, pois, só está a seguir seus antecessores. Não inventou nada e não inovou nada, apenas conta com a internet para ser mais atuante e virulento que os outros.
O Brasil – e o mundo – encontram-se numa tremenda encruzilhada. Manter uma quarentena radical e produzir, por anos, uma legião de famintos, ou assumir milhões de mortes de uma vez e recomeçar a vida o quanto antes, com menos caos social. Como não há manual de instrução, o jeito é ir arrumando o avião em pleno voo, torcendo para apertar os botões certos e não deixar o bicho cair.
Jair Bolsonaro sabe que o dano à economia é gigantesco e irreversível. E o que faz o populista egocêntrico nessa hora? Cuida do próprio nariz. Pensa apenas na reeleição e liga o “foda-se” para o povão que o elegeu. Como? Ora, dizendo uma coisa em público e fazendo outra nos bastidores. Explico.
O animador de auditório vai à TV e investe contra prefeitos e governadores que determinaram quarentena nas suas cidades e estados. Ao mesmo tempo, seu ministro da saúde determina… quarentena! Vai à redes sociais e divulga vídeo dizendo que “o Brasil não pode parar“. O secretário-executivo do ministério da saúde vem a público e diz que… o Brasil pode parar. Berra como maluco, na porta do Palácio, dizendo que todo mundo vai quebrar (e vai mesmo!), enquanto Paulo Guedes abre a torneira (e está corretíssimo) para irrigar a economia travada.
Ora, ou assume a responsabilidade, manda todo mundo embora e libera o País para estudar e trabalhar “sem medo de ser feliz” e aguenta as consequências de milhões de mortes, ou recolhe sua verborragia tosca e deixa que seu excelente time de ministros faça o que acredita ser menos pior. O que não dá é para querer tirar o bumbum da seringa (do desemprego e recessão) ao mesmo tempo em que mantém nos cargos aqueles que estão aplicando a injeção.
Bora lá, presidente! Demita seu ministro da saúde, pois é um antipatriota. Demita o secretário-executivo da saúde, pois está trabalhando contra o Brasil. Nomeie quem concorda com o senhor e abra de vez este país que não pode parar. Afinal, não é isso o que o senhor acredita?
Vai agir ou ficar só de blá blá blá nas redes sociais?
*Ricardo Kertzman nasceu em Brasília, em abril de 1967. É blogueiro do Portal UAI e colunista do jornal Estado de Minas. Escreve sobre política e outros assuntos de interesse geral.
*Ricardo Kertzman nasceu em Brasília, em abril de 1967. É blogueiro do Portal UAI e colunista do jornal Estado de Minas. Escreve sobre política e outros assuntos de interesse geral.
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