Brasil é o novo epicentro global do coronavírus, segundo estudo da USP
Com a pandemia preocupando verdadeiramente a população mundial, inúmeras instituições têm se concentrado em estudar sobre a COVID-19, uma vez que entendê-la é um primeiro passo na tarefa de enfrentá-la. A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) trouxe à tona um estudo que aponta o Brasil como o novo epicentro global do coronavírus.
De acordo com esse estudo, o total de infectados por coronavírus no Brasil poderia ser de 1.657.752, considerando 1.345.034 casos no melhor cenário e 2.021.177 no pior, valores que superam (e muito) os 114.715 casos oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (5).
A análise considera que a Taxa de Letalidade dos Casos (CFR, do inglês Case Fatality Ratio) é fixa para esta doença, e faz um ajustamento da curva de casos com base no registro de óbitos. "A Taxa de Letalidade dos Casos ainda é ajustada a partir de um deslocamento temporal entre o registro de óbitos e a confirmação de casos, seguindo um alerta publicado na The Lancet, porém adaptado para o Brasil há 10 dias, dado que os testes têm sido realizados já em processo de agravamento da doenças e não nos sintomas iniciais", consta no estudo.
Sendo assim, a estimativa do Brasil é feita a partir da taxa de letalidade da covid-19 na Coreia do Sul, país que está testando a população em massa enquanto o Brasil vem aplicando testes apenas em casos graves. Logo, o estudo adaptou a taxa de letalidade e a redistribuiu pelas faixas etárias brasileiras, chegando a 1,11% da taxa esperada.
O estudo ainda conta com um gráfico que, basicamente, ilustra a situação atual estimada da população infectada pelo Covid-19 (ajustados) e compara com os casos notificados, mostrando a discrepância do real cenário brasileiro de população de pessoas infectadas pela doença. Confira:
De acordo com o que é apontado nesse cenário, atualmente, os Estados Unidos são considerados o epicentro mundial, com 1.171.510 casos oficiais confirmados até a última terça-feira (5) pelo CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
Além disso, o estudo da FMRP-USP ainda conta com um gráfico que indica a distribuição dos casos nas faixas etárias. "Para realizar o gráfico de distribuição de casos de COVID-19 nas faixas-etárias, consideramos que todas as pessoas, independente de idade, têm a mesma chance de serem infectadas pela COVID-19. Desta forma, utilizamos o valor total predito de casos de COVID-19 para a última data disponível e distribuímos de modo proporcional a faixa-etária da região analisada", explica a metodologia do estudo em questão.
Fonte: FMRP-USP
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