Entidades científicas publicam "Carta de Manaus" em defesa da Amazônia
Em documento, organizações da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas) se comprometem a apoiar desenvolvimento sustentável via parcerias com governos e grupos locais
Por Redação Galileu
03/08/2023 15h36 Atualizado há 3 meses
Na manhã de desta quinta-feira (3), durante o evento “Ciência por e para a Amazônia”, entidades científicas de 24 países das Américas que fazem parte da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas), apresentaram a Carta de Manaus, um documento em prol da Amazônia.
A reunião, iniciada na quarta-feira (2), está sediada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. Um dos objetivos é gerar contribuições da comunidade científica para a Cúpula dos Países Amazônicos, que será realizada em Belém nos próximos dias 8 e 9 de agosto.
“Um encontro como este para promover a ciência feita na Amazônia e pela Amazônia é central neste momento que estamos vivendo de preparação para a COP30, daqui a dois anos”, complementa Helena Nader, presidente da ABC e copresidente da Ianas, em comunicado. “Sem ciência, não é possível construir a sustentabilidade que buscamos para o planeta como um todo, mas especialmente para o bioma amazônico, tão estratégico para as metas que queremos atingir até 2030."
Junto de Nader, a outra copresidente da Ianas, Karen Strier, apresentou a Carta de Manaus. No texto, organizações científicas do continente, incluindo a Academia Brasileira de Ciências (ABC), comprometem-se a "apoiar e endossar os esforços para o desenvolvimento regional sustentável e equitativo" por meio de parcerias com os governos da região amazônica.
O documento cita ainda serem necessários esforços de todas as nações, especialmente das Américas, para alcançar três objetivos. O primeiro deles é traçar uma estratégia para a preservação, restauração e remediação dos ecossistemas e da biodiversidade. O segundo é implementar um modelo inovador de bioeconomia fundamentado no conhecimento e na experiência dos povos indígenas e comunidades locais; já o terceiro é dar fim a práticas como desmatamento, degradação florestal, incêndios intencionais, mineração ilegal e outras atividades criminosas em toda a região até 2030.
A carta destaca ainda a proposta de fortalecer a rede de pesquisadores da região com programas de pesquisa com foco na Amazônia. "Isso é importante não apenas para promover a capacidade científica local, mas também para obter uma perspectiva mais ampla e inclusiva dos problemas e desafios da região", explica o documento.
Entre os pesquisadores locais que deverão ter sua participação aumentada estão os da iniciativa Science Panel for the Amazon (SPA), segundo o texto. A Ianas, por fim, se compromete a trabalhar com organizações governamentais e não governamentais, incluindo a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
"Além disso, a Ianas proporcionará oportunidades para fortalecer o engajamento entre academias de países amazônicos e não amazônicos e facilitar o estabelecimento de jovens pesquisadores, ambos de extrema importância para a implementação efetiva de políticas em ciência e tecnologia", finaliza a carta.
A versão final do documento será encaminhada às delegações dos países participantes da Cúpula Amazônica, na capital do Pará.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/sociedade/noticia/2023/08/entidades-cientificas-publicam-carta-de-manaus-em-defesa-da-amazonia.ghtml
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