CORDENADOR DO MST,JOÃO STÉDILE,DIZ QUE GOVERNO TEM QUE 'CRIAR VERGONHA' E DAR RESPOSTA A QUEM O ELEGEU
Coordenador do MST, João Pedro Stédile, diz que governo tem que 'criar vergonha' e dar resposta a quem o elegeu
O coordenador do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse
neste sábado (14) que o governo federal tem que criar vergonha e dar uma resposta aos movimentos sociais que
ajudaram a eleger a presidente Dilma Rousseff (PT)
apostando em um programa de compromissos que previa reformas para melhorar as
condições de vida da população.
"Ela
(Dilma) assumiu, a crise econômica se intensificou, ela colocou o Levy
(ministro Joaquim Levy) na Fazenda e todas as medidas de política econômica até
agora foram ruins para a classe trabalhadora. Isso significa que ela escutou
mais os burocratas do que o povo."
Nesta sexta-feira, em ato em defesa da Petrobras no Rio de Janeiro, a principal
liderança do MST no Brasil já havia desafiado a presidente a sair "do
palácio" e "ouvir o povo". Na ocasião, ele também afirmou que
Levy é um "infiltrado"
no governo petista.
Na manhã deste sábado, ao participar da primeira parte do seminário do
PT gaúcho, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, disse que Dilma tem se dedicado a ouvir a população e, com o tratamento que vem dando à crise,
"certamente irá recuperar a popularidade".
Esta semana, Stédile atendeu ao chamado do ex-presidente Lula e levou o MST às ruas em
diferentes cidades do Brasil para reforçar as manifestações a favor do governo
petista, mas não deixou de fazer críticas às recentes medidas de ajuste fiscal.
Segundo ele, o MST, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outros
agentes sociais sabem que o País vive um período de dificuldades, mas esperavam que a presidente pudesse
levar em consideração suas propostas para sair da crise antes de cortar gastos sociais.
Entre as ações sugeridas por Stédile está o aumento do Imposto de Renda
sobre o lucro das empresas transferido para o exterior e a criação do imposto
sobre fortunas.
No longo prazo, ele defende que o País acabe com a "frescura" de superávit primário.
"Isso é herança do governo Fernando Henrique, de um acordo que eles
fizeram com o FMI, que o governo tem que se comprometer primeiro em reservar
para juros e depois para a educação. Nós queremos inverter", afirmou.
Stédile explicou que o MST foi às ruas esta semana com o objetivo de impedir a perda de direito dos
trabalhadores e para defender a Petrobras.
"A empresa é zeladora,
em nome do povo, da última riqueza coletiva que esta nação tem que é o
petróleo. Fomos dizer para a burguesia não meter a mão no petróleo",
argumentou, ao mencionar que a oposição teria propostas para privatizar a
estatal.
Sobre as manifestações anti-Dilma programadas para este domingo, o líder
do MST disse que os movimentos de direita têm o direito de protestar, mas
"pegaram o mote errado"
ao exigir o impeachment
da presidente.
"Isso é
algo ilegítimo, ilegal. Eles são burros, a direita é burra, porque ao levantar
a bandeira do impeachment ela dá para a esquerda o dever de defender o
legalismo. Se a bandeira do impeachment aumentar, temos que ir para todas as
praças e assembleias do Brasil defender a legalidade, a Constituição
brasileira."
Fonte:http://www.brasilpost.com.br/2015/03/14/mst-governo-criar-vergonha_n_6870384.html
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