O Brasil pode chegar a 9.700 vítimas da pandemia do novo coronavírus ainda no próximo domingo (03). Essa é a projeção da imperial College de Londres. O novo estudo da instituição diz que o país tem a pior situação do mundo, com o número de casos “em provável crescimento” e um registro “muito grande” de óbitos.
Contrário ao isolamento social, Jair Bolsonaro (sem partido) tem defendido afrouxar a quarentena pelo país para reabrir a economia e chegou até a ampliar, nesta quarta-feira (29), a lista de atividades consideras essenciais, incluindo até startups e serviços de locação de veículos.
O levantamento do Imperial College com 48 nações revela que o número de óbitos deverá ser "muito alto" (acima de 5 mil) em só dois países, Brasil e Estados Unidos.
No cenário menos pessimista, os cientistas projetam 5,6 mil óbitos até o fim desta semana no Brasil. Nesta quarta-feira (29), o Ministério da Saúde contabilizava 5.466 mortos. Os números previstos para os EUA são ainda mais trágicos: 13 a 15 mil óbitos.
O Imperial College é uma das mais conceituadas instituições em modelagem matemática e vem publicando projeções desde que a epidemia do novo coronavírus chegou à Europa. Foi por causa dos números da instituição que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, se convenceu de que o isolamento social era necessário para evitar uma catástrofe ainda maior.
O estudo ainda aponta França, Itália e Espanha como países que estão em provável declínio da pandemia.
A pior previsão é para nove países em que a epidemia ainda se encontra "em provável crescimento", o que inclui Brasil, Canadá, Índia, México e Rússia. O Brasil tem ainda o maior número de reprodução de casos: cada doente transmite para aproximadamente três outros, forte indício de que a velocidade do crescimento da infecção é alto.
Em audiência no Senado, nesta quarta-feira (29), o ministro da Saúde, Nelson Teich, citou estudo da pasta para mudar a diretriz de isolamento só para alguns grupos - como idosos, casos confirmados e aqueles em contato com doentes - e regiões mais críticas. Ele garantiu que o posicionamento do ministério não mudou até agora. "O fato de estar planejando agora não quer dizer que vai liberar ou sugerir flexibilização no momento em que a curva ainda está ascendente", afirmou.
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